Partimos
agora para uma grande aventura, saímos de quase o nível do mar para
um dos mais altos picos de Highline na França. Vamos conhecer um
grande atleta que vai nos guiar até o topo da montanha junto com
mais dois guerreiros de sua equipe de Slackline. Todo o esforço da
equipe para realizarmos esta missão com os mais belos registros de
imagens épicas inéditas na televisão, serão momentos extremos no
frio e de superação pessoal recompensado com o resultado deste
lindo trabalho e a bela e maravilhosa paisagem desta montanha
conhecida como Dent du Lanfon em Anneci. Este lugar tem um enorme
lago conhecido pelo mesmo e fica próximo a Itália e Suíça. Um
verdadeiro paraíso para diversas práticas esportivas, entre elas o
Higline, escalada e voo livre.
Apesar de
todos os percalços durante os nossos desafios, eu particularmente,
preso muito pela segurança de todos os envolvidos e a minha
consequentemente. Aqui eu vou tentar descrever essa expirência que
vivi, que foi uma das melhores na minha vida e com uma das melhores
equipes de Slackline na França liderado por um atleta muito
conceituado em toda a Europa. Essa incrível pessoa que agora faz
parte da nossa história e vai nos guiar nessa missão é o Jullien
Millot, juntamente com o Thibaut e o Quentin.
No
alpinismo temos uma filosofia que diz o seguinte, vá para a montanha
com uma pessoa mais experiente do que você, pois caso precise, é
ela que vai tirar você de uma roubada. Já em ocasiões extremas nos
ambientes inóspitos nos tornamos sobreviventes, mas não é caso
deste lugar. E de fato não poderíamos estar mais bem acompanhado.
Essa
aventura começou pra mim desde a noite anterior durante a viagem,
paramos para jantar na autoestrada em um dos poucos lugares abertos
que encontramos, a galera fez o pedido de um lanche que seria o
jantar, mas por falta de comunicação o meu pedido não foi
contabilizado e era o ultimo atendimento antes do estabelecimento
fechar também... fiquei sem jantar, viajamos umas 6horas até
encontrarmos o camping em Annecy, está noite dormimos nesta cidade
que é uma das mais charmosas desta região, considerada a Suíça
francesa, e o meu jantar foi pão com atum enlatado, sem dúvida
estava uma delícia! Sabia que no dia seguinte haveria uma grande
missão e eu teria que da o meu melhor novamente para ajudar a equipe
conquistar mais esse grande desafio.
Pela manhã
do dia seguinte nos juntamos à equipe do Jullen, separamos o
material essencial para montar o Highline enquanto o Paul agilizou os
lanches para a montanha. Pegamos o motor home e seguimos para o Dent
du Lanfon, estávamos um pouco atrasados do horário previsto para
realizar essa missão, mas confiantes iniciamos a subida por uma
trilha bem íngreme que leva até o colo das montanhas. Mas logo no
inicio da subida percebemos a dificuldade do grupo em nos acompanhar
para fazer o registro das imagens e para completar, nosso parceiro
Gabriel, que já se mostrava indisposto declarou que estava mal da
barriga! Paramos para descansar e analisar a situação. Resolvemos
nos separar após conversarmos um pouco e falarmos sobre a
possibilidade da equipe de produção não conseguir alcançar o topo
da montanha junto com a gente e ou o Gabriel passar mal e termos que
voltar todos depois estarmos próximos ao final, o que poderia também
comprometer a segurança de todos, pois era a primeira vez que
estaríamos tendo uma grande única experiência de escalar todos
juntos em uma montanha com o acesso que é bem perigoso por sinal.
_Quando temos conhecimento do risco de uma atividade, às vezes somos
mal interpretados por nos declarar preocupado e expor uma opinião
sobre o risco de acidentes por um dos integrantes e se vale a pena
expor uma equipe inteira a um desafio que compromete uma expedição
maior ainda. A decisão mais segura, diante do estado em que o
Gabriel se encontrava, era ele voltar para o carro e se recuperar
para os próximos desafios na viagem ou ficar com o grupo que subiria
até o colo da montanha. A decisão então foi continuar, adicionamos
um pouco mais de equipamento na mochila de cada um para que o Gabriel
subisse mais leve, nos separamos em dois grupos e tocamos pra cima,
havia muita subida no trajeto então decidimos subir na frente para
adiantar.
Quando
chegamos ao colo entre os vales, de frente para o paredão onde
iríamos subir, paramos para lanchar e se equipar, enquanto isso o
Diogo Barbosa que é um dos cinegrafistas chegou quase em seguida
juntamente com o Gabriel que resolveu que subiria com a gente. O Paul
que estava no nosso grupo decidiu ficar e se juntar a equipe que
estava subindo até esta base para assim fazer o registro do nosso
grande desafio que era andar de Highline no topo desta montanha
juntamente com o Jullien Millot.
O tempo
passava rapidamente, pelo menos é essa sensação que temos quando
estamos na montanha, e neste caso estávamos um pouco atrasados. Nos
encordamos todos há uma distância de dez metros entre um e outro,
sendo o Jullien na frente guiando o trajeto, seguido pelo Thibaut, Quentin, Gabriel, Diogo e eu fechando a cordada e recuperando os
equipamentos deixados como proteção que usamos ao longo da escalada
para dar segurança no caso de uma eventual queda.
Essa
escalada foi um momento marcante para mim, e com aspecto de aventura
por não saber como terminaríamos ou se terminaríamos bem, pois o
fato de o Gabriel não está bem me deixou muito preocupado, mas se
ele, por decisão própria, optou por subir! A força de vontade dele
de estar junto era mais do que o suficiente para que nós
conseguíssemos realizar esta missão. Então iniciamos a escalada à
francesa, um estilo alpino muito praticado principalmente para
agilizar as subidas. O acesso é também uma área de risco, pois há
muitos blocos e pedras soltas, no caso da queda de alguém em
qualquer ponto poderia causa um acidente ainda maior por conta disso,
mas tivemos todo o cuidado e quando a corda esbarrava em alguma pedra
gritávamos rapidamente para que quem estivesse mais abaixo
conseguisse se proteger. O deslocamento neste estilo de escalada é
simultâneo, a segurança está no contrapeso de cada participante
entre os pontos de costura postos em raízes ou pedra entalada, então
se faz necessário que todos estejam muito atentos, e eu por ser o
ultimo da parte de baixo usei uma técnica simples com apenas um
cordelete e um mosquetão através de um de bloqueio chamado prussik,
se a distância entre eu o Diogo diminuísse ou aumentasse eu
regulava a folga usando o nó.
Assim
chegamos ao cume sem nenhum problema, iniciamos a montagem do
Highline para começar a brincadeira, o desafio era uma belíssima
linha de 35 metros no estilo gringo e bem solta do jeito que eles
gostam. Não houve
tempo para nós nos adaptarmos a andar neste estilo com fita tão
solta, então pedíamos ao Jullien para esticarmos um pouco mais na
nossa vez. Mas o maior prazer nesta missão já era ter conseguido
chegar neste lugar na companhia deste cara tão incrível juntamente
com seus amigos que nos proporcionaram momentos de muita descontração
e alegria apesar do cansaço.
Andar
neste Highline então foi como um prêmio! Já o frio, esse sim
considero ter sido o maior desafio pra mim, coloquei todas as roupas
que levei e ainda assim passei frio em alguns momentos. Depois de
tudo montado não nos restava muito tempo, então assim que iniciei
meus primeiros passos no Highline percebi que o Drone que estava
sendo guiado pela a equipe lá de baixo estava sobrevoando no seu
limite máximo, sabia que a travessia do Jullien com aquelas imagens
aéreas seria histórica para nós e o tempo de voo também era
curto, dei alguns passos na fita e saí rapidamente passando a vez
para ele que deu um show com seu estilo leve de andar, isso foi
gratificante para mim. O Gabriel também se animou e deu um rolé.
Essas as imagens entram para a história com esse cenário
impressionante, uma linda paisagem sendo revelada com imagens épicas
neste Highline estendido sobre essa maravilhosa vista do Lago de
Annecy.
Rapidamente
enquanto havia luz desmontamos o Highline e fizemos um rapel para o
lado oposto da montanha, pois em poucos instantes presenciaríamos
outro momento inesquecível, o Jullien trouxe o seu equipamento de
voo e fomos todos com ele até a beira do penhasco. Para observar um
impressionante salto de Wingsuit por ele, o Diogo preparou a câmera
sabiamente em slow e conseguiu registrar o momento exato do salto,
ele se despediu e pulou no vazio sobrevoando uma incrível paisagem
por quase dois minutos a uma velocidade impressionante. Tivemos ali
um pequeno instante de euforia por ter presenciado esse momento e
logo nos preparamos rapidamente para descer, pois teríamos que fazer
todo percurso de volta e à noite.
Descemos
com muito cuidado e sem nenhum problema, no final, quando todos já
estavam no chão pegando a trilha de volta, eu fiz o ultimo rapel, e
ao ler uma placa em homenagem aos falecidos no local, sentir que a
minha preocupação chegara ao fim e na minha cabeça havia apenas a
sensação de mais uma missão cumprida. Seguimos um pouco cansados
com todo peso do equipamento de volta nas costas, caminhamos com
muito cuidado na trilha que estava com alguns pedaços de gelo e em
alguns trechos muito escorregadio, mas depois de algumas horas para
baixo chegamos tranquilamente e fomos logo encontrar o Jullien Millot
lá em baixo na cidade onde aproveitamos para comemorar o resultado
desse grande desafio alcançado, ainda para fechar, pedimos umas
pizzas e saímos para comer sentados numa praça na beira da estrada.
Segundo a narração deles no blog da SlackFr, “_Um verdadeiro
banquete, digno de um Asteríx”! Só uma palavra pode ser dita após
esta grande realização na companhia de vocês, obrigado! Somos
gratos pra sempre por tudo.
Lei um pouco mais através do relato escrito pelo Jullien Millot no blog da SlackFr (Brasileiros no Dent du Lanfon).
No dia
seguinte ainda tivemos uma agradável experiência com esse cara.
Fizemos Longline num dia de domingo em bosque com o Jullien e sua
família, cada um de nós esticou uma fita longa e o Gabriel uma
trickline. Tivemos o privilégio de ver de perto todo o seu estilo e
aprender com ele uma nova maneira de sentir o equilíbrio para
dominar uma fita em longas distâncias, uma verdadeira aula de
Slackline por uma pessoa que faz do Esporte um estilo de vida, um
cara que representa muito bem o Slackline mundialmente. Foi um dia de
descontração, compartilhamos este melhor momento com ele falando do
que o Esporte significa na vida dele e assim fechamos essa missão e
seguimos agora em buscar de realizar mais uma etapa da viagem
aprendendo e evoluindo com os momentos de superação. Afinal vivemos
pelos desafios, porque sem superação não galgamos os degraus da
vida.
Acesse agora o Facebook para ver mais fotos na página Atleta Gideão Melo Album Dents du Lanfon Ep4
Ah, não poderia deixar de linkar pra vocês o vídeo do Canal Off com a prévia do que vem neste Episódio 4, confira: Dent du Lanfon
Ah, não poderia deixar de linkar pra vocês o vídeo do Canal Off com a prévia do que vem neste Episódio 4, confira: Dent du Lanfon
Nenhum comentário:
Postar um comentário