sexta-feira, 13 de junho de 2014

Conquista no Dedo de Deus - Highline Impressão Digital

O Dedo de Deus é uma das mais lindas montanhas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, uma formação rochosa impressionante que se tornou o Símbolo do Montanhismo Brasileiro quando em 1912 teve sua primeira ascensão por cinco desbravadores, o ferreiro pernambucano José Teixeira Guimarães junto com os teresopolitanos Raul Carneiro, caçador local, e os irmãos Alexandre, Américo e Acácio de Oliveira. Eles alcançaram o cume de aproximadamente 1670 metros de altitude após a tentativa frustrada dos alpinistas alemães. A minha história nesta cidade começa 1999, quando aos 17 anos eu fui morar em Teresópolis, essa cidade serrana maravilhosa do Estado do Rio de Janeiro. Nesta época eu nem sabia o que era um mosquetão e nem sequer sonhava em escalar uma montanha, muito menos o Dedo Deus. Quando fui até o Mirante do Soberbo conhecer a tão famosa vista fiquei impressionado, e não imaginava que iria morar aos pés desta montanha por muitos anos. Aprendi a escalar e depois de alguns anos comecei a trabalhar com Alpinismo Industrial. Fui morar no Rio, mas minha paixão pela Serra nunca acabou. Conheci o Slackline que passei a praticar por hobby após meu primeiro contato com o Highline depois de uma escalada na Pedra da Gávea em 2008, passei a me dedicar e o Esporte também se tornou uma profissão. Como Montanhista e atleta de Slackline conquistei diversas Vias de Escalada e abri novas Linhas de Highline na Zona Sul do Rio.
Entre idas e vindas em Teresópolis, escalando pelas diversas montanhas da Serra dos Órgãos, passei a observar o quão propício era a região para esta modalidade do Slackline que pratico. Comecei a idealizar algumas linhas, mas devido às dificuldades e sem apoio o tempo foi passando e a ideia continuou como sonho, até que finalmente depois de tantos outros Highlines já abertos no Rio, vi que estava mais que na hora de dar esse passo pelo Esporte, pois abrir essa primeira Linha no Parque Nacional da Serra dos Órgãos seria um grande avanço para o Slackline no Brasil. Há mais de quatro anos consegui autorização, mas o projeto do Highline não foi iniciado, abri apenas duas linhas de Waterline no Parnaso, uma no Poço dois Irmãos e outra na Piscina Natural, ambas na sede Teresópolis.
De lá para cá mais tempo se passou, continuei abrindo novas linhas aqui pelo Rio até que recebi um convite pelo Parque para eu participar do Evento ATM 2014 de Teresópolis, percebi então que já era mais do que oportuno ter uma Linha de Highline aberto no PARNASO, já que lá encontramos as melhores caraterísticas para essa modalidade. Coloquei o projeto no “papel” e apresentei para a nova administração que prontamente aprovou a ideia sob o cumprimento de todas as normas de uso público análise final pelo chefe do setor, a fim de esclarecer que além da ética do montanhismo praticado na região os cuidados sobre segurança e mínimo impacto fossem devidamente pensados. Ufa! Que bom que o Esporte é redundante no aspecto segurança, mas, além disso, foi levado em conta todo meu histórico e experiência para esclarecer que a prática desta modalidade será feita com total responsabilidade dentro do padrão de segurança e conhecimento da escalada em rocha que é necessário para acessar os locais.
A data do Evento foi o dia 17 de Maio, subi a serra para realizar uma Oficina de Slackline e levei todo equipamento para a conquista também, mas além do tempo não ter colaborado para iniciarmos a conquista no dia seguinte, faltava ainda o ok de um dos administradores que não estava presente. O Evento foi um sucesso, e foi um prazer enorme rever os amigos e compartilhar um pouco do Slackline com a galera da montanha, mas quanto a andar de Highline na Serra me contentei em mais uma vez esperar. Aproveitei para convidar dois amigos de Teresópolis, o Alex Sandro Amorim e o Weber Fiorini que são montanhistas experientes para me ajudar na missão, e para registrar melhor essa empreitada convidei meu amigo fotógrafo Istácio Vieira que mora aqui no Rio.
Passados mais uns dias após receber o ok do Parque finalmente chegou o grande momento de fazer história. Acordamos cedo e as 05:00 horas da madrugada já estávamos com as mochilas pesadas nas costas seguindo para o ponto de ônibus. Teresópolis é logo ali e por volta das 07:00 horas já estávamos na serra, nos encontramos com o Weber Fiorini e seguimos em direção a montanha, a ideia era subirmos devagar enquanto o Alex nos alcançaria na subida. Mas quando ainda estávamos na estrada ele passou, foi estacionar, esperamos um pouco e logo ele se juntou a gente para fechar a equipe. A primeira parte da subida do Dedo de Deus é uma trilha íngreme e muito exigente. A segunda parte é Via Ferrata onde toda a segurança é necessária. Chegamos bem, dividimos melhor o peso da ferragem, material de conquista e tocamos pra cima. Neste acesso, a parte mais crítica e perigosa é depois da bifurcação, seguindo para a face leste. Este trecho requer muito mais atenção, pois os pontos de apoio nas cordas e cabos não são nenhum pouquinho confiáveis, além de ter um enorme abismo camuflado pela vegetação abaixo. Como eu estava acompanhado de dois montanhistas experientes, só me preocupei com a segurança do Istácio que estava subindo uma montanha por escalada pela segunda vez, fiz toda segurança dele indicando os pontos mais seguros para se apoiar e subir mais tranquilo.
Depois de mais algumas horas chegamos finalmente no cume do Polegar que é um dos lados do Highline e sem perder tempo comecei a procurar o melhor lugar para a instalação dos pontos de ancoragens. Na montanha, principalmente nesta, o tempo parece passar mais depressa, ficamos sempre fascinados com tanta beleza que não percebemos a hora a hora passar, mas estava tudo sob controle. Após algumas horas já estava com um lado pronto e segui para o outro que é no Dedo Indicador virando para Face Norte. Para chegar neste outro ponto é necessário escalar o início da Via Caminhos dos Deus e fazer um pequeno lance para a direita até alcançar as ancoragens do Highline, abaixo tem uma exposição de mais de 400 metros de parede, nada pode cair, nada pode dar errado e graças a deus deu tudo certo, instalei os pontos de ancoragens deste lado e iniciamos a montagem do Highline que alcançou os quarenta e cinco metros de distância sobre o vão da Face Norte. Estava tudo certo, mas na hora que terminamos de esticar o Highline começou a ventar muito forte! Mesmo assim subi na fita para experimentar a linha, mas foi impossível. Desci para esticar mais um pouco e foi só sair da fita que parou de ventar forte, finalizamos tudo e com uma calmaria impressionante após a ventania, num silêncio absoluto como se tudo ao meu redor estivesse parado para observar o que estava prestes a acontecer...
Sem qualquer ritual ou desculpa para justificar a adrenalina daquele momento, segui para o Highline e me encordei, chequei toda a minha segurança, me afastei um pouco da margem para evitar qualquer perigo no caso de uma queda não controlada, me posicionei sobre a fita e subi no Highline. A partir deste momento só ouvia os clicks da câmera fazendo o registro da travessia e minha própria respiração. Ao caminhar metade da fita tentava não dar importância ao abismo sob os meus pés, mas percebia a adrenalina aumentar, aos poucos fui controlando, sentindo pela respiração menos ofegante que o medo estava sob domínio, mas não podia me descuidar! Nos últimos passos e à medida que ia chegando perto do paredão do outro lado, apesar de saber que era mais fácil do que o trecho que já tinha caminhado, esses últimos passos pareciam está sendo os mais difíceis, mantive o pensamento positivo mais forte e caminhei até tocar a rocha com as mãos e descarregar o resto de adrenalina em um grito de comemoração. É sempre gratificante toda experiência na montanha, mas nada melhor que está bem acompanhado fazendo o que a gente gosta, e neste momento eu percebi isso mais ainda, nas palavras e no sorriso contente dos amigos que presenciaram este grande feito e ficaram felizes por mim, por juntos estarmos fazendo este primeiro momento da História do Highline no Dedo de Deus se tornar inesquecível. Essas experiências incríveis nos tornam eternamente gratos, obrigado pela ajuda de cada um e por acreditarem na ideia até o fim.
Meus sinceros agradecimentos a todos da administração do PARNASO por ter compreendido a importância que a abertura desta Linha representa para o Esporte no Brasil, apesar de ser uma realização com esforço pessoal e de poucos envolvidos, mas que somos pessoas que dão verdadeira importância para os benefícios desta pratica e a segurança com que deve ser realizada. Este Highline no Dedo de Deus, batizado pelo nome Impressão Digital é por tanto o marco inicial do Esporte na área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, um feito histórico que para mim se torna mais um sonho realizado no dia 06-06-2014. Agradeço também aos meus apoiadores, Deuter Brasil, SOLO, Snake, EverlastBrasil, SlackBrasil e a Bonier Equipamentos de Segurança.
Geralmente não mencionamos o retorno para casa depois de concluir uma missão dessas na montanha, mas essa merece atenção, pois o acesso desta montanha é comprometedor. Após a travessia ida e volta no Highline começamos rapidamente desmontar tudo para sairmos o mais rápido possível da montanha e passar ainda com luz os trechos mais críticos do acesso. Minha preocupação era que todos voltassem bem, mas minha atenção mais uma vez ficou para realizar a descida do meu amigo menos experiente com total segurança. Descemos com toda atenção e segurança realizando rapel na parte mais crítica da trilha e no trecho final dos cabos de aço. Foram mais de quatorze horas de missão na montanha, mas tudo ocorreu bem, com total comprometimento e responsabilidade. Esse acesso crítico para a Face Leste é geralmente usado somente para subir, após a escalada até o cume o rapel é realizado pelo outro lado da montanha. É necessário muita experiência para realizar qualquer atividade nesta montanha, além disso, antes de acessar essas escaladas no complexo do Dedo de Deus também é necessário ir à portaria do Parque preencher um Termo de Responsabilidade e dar baixa na saída. O PARNASO também dispõe de uma lista de Guias Credenciados. Os pontos de ancoragens do Highline são fixos, sendo necessário buscar outros pontos de ancoragem natural para o backup, principalmente do lado do Polegar. Muito equilíbrio para todos, até a próxima.

A conquista deste Primeiro Highline no Dedo de Deus é destaque no Globo Carderno Serra - Highline no Dedo de Deus
 Mais sobre a Conquista do Dedo em 1912

Acessa fanpage Atleta Gideão Melo para ver mais fotos: Highline Impressão Digital - Dedo de Deus

"O PARNASO proporciona oportunidades para escaladas em todos os níveis, desde iniciantes até algumas das escaladas mais técnicas do Brasil, como as vias no bigwall da Pedra do Sino.
A atividade de escalada em rocha está intimamente relacionada à conservação dos recursos naturais, dessa forma o PARNASO apóia a prática da escalada esportiva de forma ambientalmente responsável. Antes de iniciar atividades de montanhismo é importante ler as  Regras de Uso Público do PARNASO (que possui normas específicas para escalada) e a Cartilha do Caminhante Consciente da Serra dos Órgãos. Verifique também se a área onde pretende escalar tem acesso permitido no Zoneamento do PARNASO."
Para mais informações acesse: PARNASO - Guia do Visitante

terça-feira, 27 de maio de 2014

O Segredo do Abismo

Você já teve alguma experiência ou oportunidade de encarar e controlar o seu medo? De repente a vida nos coloca diante de grandes desafios em que tudo depende da nossa coragem, do poder de decisão, mas isso não significa que você deixará de ter medo e sim assumir o controle das suas reações. Não é evitando os desafios ou o desconhecido como resposta. Eu já tive grandes momentos de medo, o que sempre me faz parar pra pensar e refletir sobre se o que eu estou fazendo é bom ou ruim pra mim, me questiona qual seria a resposta naquele momento para encontrar o ponto de equilíbrio quando estou diante de um abismo.

No esporte e na vida viver com coragem não é fugir do medo! Uma vez me perguntaram: o que é altura pra você? Eu respondi prontamente! _Respeito, eu tenho medo! E é isso que me mantém vivo, nós devemos ter sempre esse medo que é uma forma de respeito à segurança. Sem o medo a gente acaba sendo inconsequente! Então o medo se torna importante, ele está sempre presente e é o que gera adrenalina. Se não gerasse adrenalina seria algo desinteressante e no Highline e na Escalada pra mim é assim, o medo está sempre presente, vai sempre existir e deve ser sempre respeitado!

Eu recentemente fiz uma escalada no Corcovado com meu amigo Istácio Vieira onde vivi mais uma grande experiência desta em que, ao mesmo tempo em que demonstrei coragem, dada a minha experiência na escalada e em ambientes em altura, tive que revelar o medo para mostrar ao meu parceiro que na montanha deve haver sempre um meio termo, para que assim a gente possa planejar as nossas ações e controlar as reações para manter o equilíbrio e se mover com segurança. Meu amigo é um jovem fotografo de 18 anos e nunca tinha escalado uma montanha, porém já havia tido algumas experiências de escalar pequenas paredes e manusear os equipamentos básicos para a segurança, mas sem autonomia, o que requer sempre um olhar atento a todo o momento para que ele não deixasse de ficar preso em algum ponto.

Apesar da escalada por si só já ser um grande desafio, a contar pelo acesso até chegar a parte alta da montanha para escalar essa Via(rota) clássica no Rio de Janeiro chamada K2, o meu objetivo era ainda mais audacioso do que levar um escalador com pouca experiência para escalar essa montanha até o seu final e poder sair no Cristo Redentor, mas como sou guia e instrutor de escalada, toda essa parte para mim seria apenas mais uma aula, um treinamento e o privilégio, claro! De está novamente escalando esta montanha sagrada, com total comprometimento de quem a deseja escalar, como fazemos todas as vezes em que tiramos o pé do chão para alcançar um cume especial como este. Há muitos anos escalo esta montanha e pelo menos há seis anos desde que comecei a praticar Highline eu tinha vontade de abrir uma Linha entre o vão que se forma antes da ultima parte desse paredão nessa escalada. E foi a busca por mais esta realização que me levou a viver mais esta grande experiência.

Em todo esse tempo eu planejei ir vária vezes, mas acabei não indo! Por se tratar de uma escalada não muito fácil para subir com todo material pesado de conquista e por ter o acesso à base da parede um tanto longe, acabava não conseguindo apoio para ir de carro e assim adiava, cheguei a convidar vários outros amigos mais experientes para escalar comigo, mas de nenhuma forma foi possível até num determinado momento em que percebi que o que faltava mesmo era dar o primeiro passo, pois atitude, experiência e disposição eu já tinha. Então convidei de um dia para o outro o meu amigo fotografo Istácio Vieira que seria meu parceiro nessa missão e o conhecimento dele seria essencial para fazer o registro dessa primeira travessia no Highline.

Na mesma tarde em que planejamos a missão conseguimos um apoio de carro do nosso amigo Elias Maio, o qual seremos sempre grato pela grande ajuda em nos levar de carro até o estacionamento das Paineiras, o que facilitou o nosso acesso a trilha que leva para as escaladas na parte alta, se não teríamos que caminhar por pelo menos umas três horas só de ida. E assim partimos para esta missão, na mochila apenas o mínimo necessário, mesmo assim a mochila foi extremamente pesada então tive que arrastá-la parede acima. Escalamos por durante quatro horas até chegar na penúltima parte da parede que culmina no mesmo ponto da outra Via chamada Macaco Prego do outro lado do vão. Instalei os pontos de ancoragens, preparei todo esse primeiro lado e continuamos a escalada para acessar o lado oposto. Como estávamos somente com o mínimo de equipamento, deixei a corda principal para o backup da Linha e tivemos que escalar o restante da Via com apenas 20 metros de corda, o que não foi possível para acessar o outro lado através de rapel, então para não perder a viagem tive que desescalar o ultimo trecho após descer meu parceiro com segurança usando a corda.

Instalei os pontos de ancoragens desse outro lado e depois de mais algumas horas recolhi a cordinha que tinha lançado, puxei a fita, equalizei todos os pontos, tencionei o Highline sozinho enquanto meu amigo se encarregava de registrar tudo, e finalmente pisei na fita para experimentar mais uma vez essa sensação do desconhecido. A linha de aproximadamente trinta metros sobre uma exposição de mais de quatrocentos metros de altura bem embaixo dos meus pés, estávamos próximo ao topo do Corcovado que se sobressai no meio da Zona Sul com seus setecentos e dez metros de altitude. Nesta hora, por um breve instante hesitei se eu realmente precisava fazer aquilo? Aí me veio na cabeça toda a experiência que acabara de ter, que trouxe meu amigo e eu até o final dessa escalada, realizando o sonho dele de escalar o Corcovado pela primeira vez, tudo aquilo, por mais que já tivesse realizado o sonho de outros montanhistas escalando essa mesma Via várias outras vezes, essa era uma experiência nova, um aprendizado diferente. Lembrei que durante a escalada eu o ajudava o tempo todo a manter o foco na escalada, ensinando-o a desvendar o segredo do abismo, de se concentrar para manter o equilíbrio e assim consegui se movimentar! A resposta para estes momentos, que somente assim conseguimos experimentar o novo, e fui rapidamente controlando o medo. Certamente essa dúvida foi só por alguns segundos, pois logo percebi que tinha feito tudo certo, e não teria o menor problema se não conseguisse atravessar a fita naquele momento, a conquista da Linha estava terminada, todo o trabalho tinha terminado e poderia voltar outro dia para ter o privilégio de encarar novamente o desafio e atravessar o Highline, se fosse o caso. Mas após passar esses segundos de hesitação, dei o ok para o Istácio fazer o registro da travessia que eu iria andar. Estava sentado na fita sobre o vazio, levantei e suavemente caminhei, no meio as pernas sempre tremem um pouco, cheguei a pensar novamente que não conseguiria naquele momento, mas me concentrei e andei até o fim, comemorei um pouco a travessia do outro lado, dando uns gritos para liberar a adrenalina, pisei na fita novamente e atravessei de volta sem cair uma só vez. Como dizem: de primeira! O tempo todo eu acreditei que era possível, sempre controlando a adrenalina que se manifesta através do medo, tremedeira nas pernas e coração acelerado, reflexos de pensamentos que por pequenos instantes nos questionam parar ou continuar. Assim eu descobrir mais uma vez que tudo depende de nós mesmo. Se você está diante do seu desafio é porque você teve capacidade de chegar até ali, claro! Mas continuar é uma opção, a melhor escolha, pois o primeiro passo é sempre o mais importante e é acreditando e controlando os nossos medos que tudo dar certo. A resposta que precisava estava em mim. O medo pra mim não é mais uma sensação que me aprisiona, o medo sob controle me faz querer ir além. Me surpreende com o novo a cada passo no desconhecido e aguça ainda mais meus pensamentos, é através do medo que eu experimento a dose mais forte da adrenalina, o que é bom só por um momento! Não é com muita coragem e nem sem, não é papo de otimismo, o controle do medo é o segredo do abismo. E assim mais uma linha incrível de Highline na Zona Sul foi conquistada, e por essa experiência maravilhosa que tive a batizei de O Segredo do Abismo.

Agradeço pela visita, acesse e curta a Fanpage para acompanhar as fotos desse magnífico Highline: Atleta Gideão Melo
Até a próxima!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Slackline em Igatu Ba - 13º EENE-2014

Este ano o maior evento de escalada do nordeste teve sede em Igatu que já é um destino dos escaladores de todo Brasil e é considerado o paraíso da Escalada Esportiva e Boulders na Chapada Diamantina. Mas engam-se quem pensa que é somente essa característica que torna a pequena vila de Igatu um destino tão procurado e indispensável no roteiro de quem vai para essa região em busca de lazer e aventura no Estado da Bahia.
Além das mais de 180 opções de escaladas e diversos boulders espalhado por todos os cantos, agora eu apresento para vocês as diversas linhas de Highlines e opções de Waterlines nos mais variados setores bem próximos a vila que foram uma atração à parte no evento deste ano no qual eu fui convidado a participar promovendo uma Oficina de Slackline para compartilhar um pouco mais do Esporte com os moradores locais e participantes do Encontro de Escaladores do Nordeste.
No primeiro dia do Evento que aconteceu nos dias 18-19-20 e21 Abril de 2014, a tão esperada Semana Santa. No setor da Igrejinha esticamos uma linha para os iniciantes e dois Longlines médios para o treino específico de Highline e Waterline. A galera de Vitória da Conquista marcou presença representando o grupo Macacos do Borel Slackline. Foi interessante a experiência com a garotada local que arriscaram os primeiros passos na linha bamba na parte da manhã e a tarde a diversão continuou no Poço da Madalena com o clássico Waterline, uma linha de 23 metros sobre a água escura parecia deixar o desafio para manter o equilíbrio mais tenso. Mas o fato é que ninguém queria resistir o mergulho nessa água cor de coca-cola incrivelmente refrescante.
No setor de Escalada Labirinto foram abertas duas pequenas e belas linhas de Highline, a linha Xique-Xique de 18 metros aproximadamente fica logo na entrada do Setor do lado direito da Via Beabá. Esta linha foi aberta usando apenas pontos de ancoragem natural de ambos os lados, são escolhas destes pontos são especificamente técnicas e o motivo da abertura deste Highline foi pela fotografia incrível no final de tarde e a linha ficou realmente xique.
A segunda linha foi uma especial para o Treinamento de Highline pela Oficina de Slackline no Evento, para isso foi necessário usar os pontos de parada dupla das vias Beabá e Rosinha, a linha de 15 metros ficou batizada como Labirintite. Os dois fatores técnicos que envolveram a aberturas destas duas linhas foram exemplos usados na didática nestes dias de Treinamento de Highline e Waterline usando os critérios Segurança e Mínimo Impacto através das escolhas de Pontos Fixos e Ancoragem Natural. Tive a oportunidade de discutir sobre a abertura de novos Highlines especialmente com o diretor de planejamento do Parque Nacional da Chapada Diamantina que estava presente no Evento.
Durante o dia foram várias as atividades realizadas nos mais diversos setores com as palestras que também estavam na programação pelos convidados Ronaldo Franzen (Nativo), experiente montanhista que falou sobre os diversos tipos de ancoragens para abertura de Vias e em outra demonstração de auto resgate falou sobre Socorro na Montanha. Fernando Munnareto palestrou sobre Astronomia e Observação do Céu. A Janine Cardoso falou sobre a preparação feminina voltada para performance na Escalada Esportiva e Rafael Nishimura palestrou sobre suas experiências – Escalada para Todos. À noite o povo se reuniu para divulgação dos resultados nos desafios e sorteios de brindes e ainda teve show com a banda Trilheiros, atração cultural.
No poço do Piaba que fica próximo ao acesso do tradicional Setor de Escalada da Rosinha abrimos mais uma linha de Waterline com 23 metros aproximadamente sobre escuro lago e foi mais um desafio que garantiu a diversão da galera. Já no final do dia conseguir visualizar uma incrível linha de Highline com pontos de ancoragem natural dos dois lados, uma nova escolha bem criteriosa e técnica possibilitou mais um Highline em Igatu, a linha de aproximadamente 35 metros foi batizada de Carta na Manga. E no tão falado Setor Califórnia que realmente me surpreendeu com um cenário magnífico e uma cachoeira quase secreta escondida entre as rochas, depois de muito pensar e procurar opção resolvi abrir mais uma linha de Highline saindo da parada dupla no final da Via Aqui Tem com backup na Via Tem mas não tá Tendo para o canto direito do Canion em cima da cachoeira. Essa linha de 23 metros ficou batizada como Abelhas Ocultas. Depois do rolé nada melhor que um mergulho em baixo desta cachoeira fabulosa, uma queda d`água que revigora o corpo e a alma só com energia boa que parece emanar deste santuário natural.
Por esses dias incríveis eu agradeço especialmente aos organizadores do Evento este ano: Rafael e Vanessa do Igatu Escalada Trekking por ter me convidado e garantido minha hospedagem e deslocamento ida e volta para Igatu. Tive a honra de aprimorar minha experiência técnica na Escalada com Ronaldo Franzen Nativo. Fiz novos amigos e especialmente também agradeço a todos pela companha e participação na Oficina de Slackline, Caiuá e Deusdato (Guga) Guias da Chapada e praticantes de Slackline Tradicional, Guilherme Alencar, Gabriel e Clara Flores, muito obrigado pela participação, companhia e ajuda. Esta experiência será inesquecível graças a vocês. Também agradeço aos suportes que me permitiram realizar essa trip: Deuter mochilas, SOLO Vestuário, Relógios Everlast Brasil e SNAKE Calçados. Foram muitas pedras trilhadas em Igatu durante esses dias do Evento registrando esses maravilhosos cenários, realizações que ficam pra história do Slackline e que só é possível com o apoio de amigos e Marcas parceiras que acreditam no legado desta estrutura que fica principalmente para o Esporte no Brasil a cada viagem dessas, e todos ganham compartilhando desta experiência magnífica. Obrigado e até breve!

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Cala Varques - Praia de Nudismo em Palma de Mallorca- Ep.14

Depois de quase 30 dias viajando de motorhome pela Europa, no dia seguinte após a incrível experiência da missão em Margalef amanhecemos em um camping onde arrumamos nossas bagagens. Uma bela amanhã anunciava o fim dessa trip pela as estradas. O objetivo agora era conhecer a famosa Ilha de Palma de Mallorca no Mar Mediterâneo na Espanha.
Arrumamos as bagagens e seguimos para hostel em Barcelona, nossa base para os últimos dias nessa missão incrível. Guardamos os excessos e seguimos para o aeroporto enquanto o Paul entregava os dois motorhomes que usamos. Nos encontramos no final de tarde e voamos para Palma de Mallorca, pouso foi tenso devido a fortes turbulências, mas deu tudo certo! Desembarcamos tranquilos, alugamos dois carros um para equipe e outro para nós, o Paul assumiu o comando e seguimos para o Hotel Cala Pi.
No dia seguinte acordei com um sol incrível dourando o amanhecer, levamos e tomamos um café de rei, pois o dia seria longo. Pegamos um mapa da região para facilitar o acesso, pois a Ilha é extensa e tínhamos que percorre muitas estradas até chegar nos picos com maior potencial e os já existentes que a galera local pratica Slackline. Contatamos dois amigos locais que nos acompanhariam nessa missão, o Luiz e o Louis Carbonele. Nesse primeiro dia eles não puderam ir com a gente, mas indicaram um pico de Waterline. Pegamos o carro e fomos verificar, mas chegando lá o mar estava agitado e a linha que pretendíamos conhecer não esta em condições, estava com os pontos quase submersos. Mas isso não foi um problema, aproveitamos para abrir uma outra linha de Waterline no local, uma discreta opção que transforou daquele dia que parecia perdido num dos dias mais incríveis que passamos em Palma. Foi o entardecer mais lindo que já tínhamos visto e inimaginável. A linha de aproximadamente vinte metros sobre o canal esquerdo da praia em Calo d’em Monjo foi batizada de Mallocada.
O dia seguinte encontramos os amigos, tomamos um e partimos para a próxima missão. Nestes dois episódios extras do Slackline, a montagem do programa não segue a ordem cronológica dos acontecimentos em que fechamos essa SlackTrip, então para organizar as fotos no álbum compartilhado com os amigos passo falar sobre o terceiro dia na Ilha. Neste dia encontramos os amigos na estação de trem e seguimos para Cale Varques onde galera pratica Trickline. Ao chegarmos na entrada da trilha que leva até praia, descobrimos que se tratava de uma praia de nudismo...Foi uma situação inusitada, mas o local não tem regras e ficamos à vontade.
A geografia do lugar é composta de rochedos e uma exclusiva faixa de areia que forma a praia principal, é maravilhosa! E nas rochas à beira mar é comum a pratica de escalada conhecida como psicobloc, bem conhecida na região que por sinal tem em cartão postal a maior referência desta modalidade que fica no Arco de Es Pontàs, a King Line. Tudo isso e mais a beleza e o sossego do lugar torna o local uma preferência para os naturalistas e turistas de todos lugares do mundo, e é realmente um paraíso.
Enquanto a galera pratica Trickline na areia eu sair para explorar as possibilidades, conheci uma galera que estavam bem à vontade escalando as vias de psicobloc e resolvi abri uma linha nova de Waterline de uma margem a outra do canal, essa linha 30 metros foi batizada de Naturalistas. Queria aproveitar cada minuto desse dia e foi realmente maravilhoso, o rolé foi incrível! Um pouco mais à frente tinha um arco que propiciou mais uma conquista sensacional. Para abrir essa nova linha que foi batizada de Boulderline eu tiver que escalar fazendo uma travessia de Boulder até chegar no ponto de ancoragem visualizado e essa experiência foi realmente inesquecível. Posso dizer que os dias que passei no paraíso eu realmente aproveitei cada minuto, e foi realmente o ultimo dia que passamos na Ilha. À noite voamos de volta para Barcelona.
Na próxima postagem falando sobre o encerramento dessa SlackTrip pela Europa eu vou descrever sobre o Highline no Es Pontàs, o Arco mais famoso da Mallorca que se tornou uma referência mundial para os escaladores com a abertura de uma via de psicobloc. Acompanhe as fotos no facebook Palma de Mallorca Ep.14 Fotos, até breve! Assita o Trailer do Ep.14 Mallorca

Margalef Espanha Ep13

Saímos de Sierra de Guara destinados a conhecer um incrível pico de Highline em Margalef que é considerada o paraíso da escalada esportiva na região. Na estrada, à noite, resgatamos o nosso parceiro nessa missão, um alemão conhecido como Christian Kr, um cara meio enigmático que nos propôs uma experiência ousada num Highline de 65 metros.
Depois de deixamos o pico do Highline com a galera no festival de Highlines em Sierra de Guara pegamos a estrada com o objetivo de encontrar duas pessoas que seriam nossos parceiros na próxima missão, mas ouve alguns contratempos pelo simples motivo de que um dos integrantes da outra equipe no motor-home resolveu procurar um McDonad como opção para jantarmos, mas o mais inacreditável foi que ele colocou no GPS o maldito indereço e tivemos que desviar a rota da auto-estrada por uns cinco quilômetros... Enquanto isso os parceiros nos esperavam na estrada para seguirmos viagem. Cansado de esperar um dos caras estava com a namorada no carro e era o motorista que estava com Christian no carro de dois lugares apenas, ele resolveu desistir da missão e abandonou o Christina na estrada, depois de algumas horas retornamos para auto-estrada para resgatar o nosso parceiro. Para completa o jantar tive que cozinhar um arroz dentro do motor-home em movimento a mais de 80 quilômetros por hora... Mas foi a salvação tanto nossa depois de um dia inteiro de rolé nos Highlines quanto do Christian que também não tinha jantado.
No dia seguinte o arroz do jantar serviu para completar o café da manhã e ainda rendeu para o almoço misturado com pão e enlatados. A experiência nessa missão foi tudo muito frenética. Depois de procurarmos o pico do Highline por algumas horas, pegamos algumas estradas erradas até que chegamos no lugar. O point visto de baixo não parecia muito interessante, então resolvemos seguir em busca de um Waterline que havia sobre um rio bem próximo dali. Chegando lá constatamos que se tratava de uma represa e além do nível da água estar baixa e não ter bons pontos de ancoragens ainda tinha aviso de segurança com proibição.
 Resolvemos então voltar ao pico do Highline novamente, nisso o dia já estava passando, comemos qualquer coisa que tinha sobrado do café da manhã, arrumamos os equipos e partimos para o local do Highline, não era muito distante e ainda havendo dúvidas resolver ir na frente para checar as linhas do Highline, o Christian seguiu por um caminho e por outro. Chegando lá no topo da montanha fiquei surpreso gritei para galera dando um ok e desci para encontrar com o restante da equipe e buscar minha mochila com o material. Começamos a montagem do Highline grande e para nossa surpresa novamente, descobrimos que a corda de 60 metros do Gabriel realmente não tinha 60, emendamos com uma outra para fazer o backup, já era final de tarde quando finalmente o grande Highline ficou pronto e o desafio do Christian de andar numa linha bem solta e pesada era nítido, o que para gente não ia render muito até porque não teríamos muito tempo até anoitecer.
Rapidamente tive a ideia de montar o outro Highline, uma linha menor de aproximadamente vinte metros entre os blocos um pouco mais acima. Comecei essa missão sozinho enquanto o Gabriel desceu para buscar mais equipamentos, conclui que sozinho seria mais rápido por que questão de segurança no acesso para esta pequena linha e finalizei a tempo de dar um incrível rolé, revezei a vez com o Gabriel enquanto o Christian parecia flutua demostrando toda leveza ao andar no Highline grande um pouco mais abaixo.
Para todos nós essa experiência deste dia ficou como uma lição, enquanto houver luz acredite, se você está numa missão confie, com determinação até o final do dia tudo vai dar certo. O Christian não desistiu, nós acreditamos e fomos surpreendido com o resultado. No final depois de dar um show de equilíbrio na linha bamba o Christian deu uma entrevista deitado no Highline, foi a mais inusitada sonora já gravada pela equipe. Depois ele ainda andou no Highline menor para da um confere, desmontamos tudo à noite e descemos para jantar mais dignamente...
Nesta segunda temporada o Programa Slackline não termina neste episódio 13, tem mais dois episódios extras que mostram nossa avcntura em Palma de Mallorca e Barcelona, acompanhe nas fotos pelo facebook e fique ligado no Canal Off. Trailer Ep.13 Margalef

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sierra de Guara - Espanha Ep12.

A caminho para Espanha ficamos sabendo de um Encontro de Highline em Olvenas na Sierra de Guara. Havia muito chão pela frente, era nossa despedida destes dias incríveis na em que percorremos boa parte da Europa pelo território francês. Cada quilômetro percorrido nesta trip nós observamos coisas impressionantes entre as montanhas e o mar. Mas o que mais nos chamou atenção na estrada, além das surpreendentes paisagens bonitas das cidades medievais e as montanhas foi uma impressionante arquitetura futurística na auto estrada de Montpellier para Espanha.
No caminho fizemos duas paradas, uma para registrar umas imagens de um castelinho no alto de uma colina e outra, mais surpreendente ainda, foi na vinícola ÍRUS. Não pudemos revelar por dentro por questão de privacidade, mas após sermos recepcionados demos um rápido passeio no vinhedo onde saboreamos umas uvinhas e podemos apreciar por fora essa impressionante obra moderna no extenso vale cercado pelos vinhedos.
De volta na estrada seguimos para o camping. No dia seguinte analisamos o pico do Highline em Olvenas onde ficamos sabendo que ira rolar um Encontro de Highliners, o dia estava incrível e essa notícia foi perfeita! Terminamos o café seguimos para o encontro. Fomos recebidos pelo Remi e nos juntamos a galera. 
Esse lugar é incrível por ser de fácil acesso, principalmente para as linhas de Highline, o que facilitou com que a galera que estava aprendendo o Slackline pudesse ter uma experiência tranquila no Highline. Eram diversas linhas com várias distâncias, de 15 a 55 metros, nós andamos em quase todas e eu pude experimentar essa grande linha, ainda não muito acostumado às fitas tão soltas não conseguir atravessar, mas pude andar bastante, foi incrível! E este cenário lindo e marcante deixou saudades.
Acesso o link para ver o trailer deste episódio no Canal Off: Sierra de Guara - Espanha Ep12
Veja as fotos desse e de outros lugares na página no facebook:Album fotos

terça-feira, 8 de abril de 2014

Montpellier e Corconne - França.Ep11

Pegamos a estrada em direção a Montpelier, o nosso objetivo era encontrar o Pierre Jan e conhecer os Highlines da região. Chegando na cidade encontramos Pj e mais um amigo, o Vicente! Seguimos até a casa deles para tomar um café e pegar os equipos para irmos para primeira missão. Como o tempo não estava bom para arriscarmos ir para as montanhas eles sugeriram da gente conhecer um galpão vazio onde geralmente é usado por diversas pessoas para todo tipo de atividade inclusive pela galera do Slackline.

Chegamos no local aparentemente abandonado que fica do lado da linha férrea do trem bala, bem na área urbana mesmo, por isso super acessível. A Fachada do galpão é quase toda grafitada e dentro mais ainda, por ser um local utilizado para festas, aparentemente clandestina, havia uma enorme quantidade de vídros quebrados e também notamos muita depredação, mas o que nos chamou atenção foi principalmente por ser um local que reúne vários tipos de pessoas, daí podemos imaginar quantas pessoas não já tinham passado por aquele local e vivido suas mais loucas histórias. E dessa vez com a gente não estava sendo diferente, é claro que de uma forma bem mais saudável.

Quando chegamos encontramos um cara praticando Slackline acompanhado de sua namorada, mas já estavam de saída e não ficaram muito tempo com a gente. O Pj e o Vicente montaram um Highline e um Rodeoline e eu mais o Gabriel montamos um longline, não muito grande, até porque o chão não era nenhum pouco confortável no caso de queda e ainda tinha vidros espalhados por tudo que canto. Este inusitado cenário foi a diversão da galera neste dia, tivemos a primeira experiência com o Rodeo, não deu pra mostrar nenhuma evolução, até porque fiquei me divertindo mais no Highline, mas deu pra perceber o quanto essa modalidade é difícil, principalmente com um chão nada confortável. É como reaprender a andar de Slackline e exige mais equilíbrio por causa da fita que está totalmente solta.
À noite seguimos para pernoitar na casa do irmão Vicente, um dos amigos do Pierre Jean. Seguimos o carro deles até uma chara onde eles também produzem vinhos em cooperativa com outros moradores locais. No dia seguinte com tempo melhor, acordamos cedo e partimos para Corconne. No caminho paramos em uma padaria para comprar uns pães para agilizar o café da manhã e o lanche do dia. Chegamos bem próximo ao pico e a trilha também era bem curta. Apenas o acesso para o Highline tinha muitos pedregulhos soltos ao longo da trilha, o que torna estes lugares bem perigosos, mas tomamos todos os cuidados e chegamos sem problemas para missão do dia. Agilizamos a montagem do Highline e aí a começou a diversão, uma linha de 35metros e muito bonita. Em seguida chegou a Capucine, uma atleta amiga dos brothers e começamos a andar, vários rolés e ela mostrando toda uma superação neste incrível Highline, após várias tentativas atravessou a linha de uma forma impressionante pela garra que demonstrou por não desistir do desafio, essa mulher merece muitos aplausos e foi uma honra poder ver isso de perto, serve de estimulo para as outras mulheres que acham que o Esporte é um privilégio só para nós homens. Ela nos motivou muito com esse exemplo.

Na desmontagem, durante uma caminhada para pela trilha de pedras soltas para acessar o outro lado Highline, após ter desmontado tudo já e retornando para pegar as mochilas para irmos embora eu tropecei numa pedra e bati com a canela, rolei alguns metros, mas graças a Deus consegui me equilibrar, a calça rasgou na perna e machuquei um pouco canela, mas deu para continuar. Descemos sem problemas e seguimos viagem. Foi o ultimo Episódio gravado na França, fechamos a missão aqui mais uma vez super bem acompanhado de pessoas maravilhosas que nos deixaram saudades, temos certezas que ainda vamos nos encontrar e quem sabe no Brasil. Obrigado.
Link com fotos na fanapage: Montpellier e Corconne Ep11

sexta-feira, 28 de março de 2014

Calanque de Sugiton - Marseille Ep.10

Passamos mais um dia em Cassis e na manhã do dia seguinte fomos conhecer um pico de Waterline nas calanques de Marseille, uma calanque conhecida como Sugiton. O tempo amanheceu chuvoso, o pico que pretendíamos ir era desconhecido de todos, tínhamos pouca informação de como chegar no local onde pretendíamos montar uns Waterlines, mas estávamos no lugar certo, exceto pelo caminho que pegamos inicialmente ser o mais longo dentro de uma área de preservação que não permite a entrada de carros de passeio, o lugar tem várias estradinhas que podem confundir um pouco, mas as direções são indicadas nas principais bifurcações. Parte da equipe ficou na dúvida se iriam juntos e pediram para que fossemos na frente, beleza! Pegamos os equipos e mesmo com uma leve garoa resolvemos arriscar descobrir o pico e dá um rolé, já que era Waterline mesmo então não teríamos problema, a não pelo frio que era intenso apesar de estarmos no litoral.
Caminhamos por mais de uma hora até chegar no colo onde dá para ter uma noção da direção do pico que pretendíamos chegar, as placas indicavam o caminho certo, mas nós tínhamos estacionado o motor home numa área distante da entrada principal para Sugiton no parque Nacional das Calanques que fica próximo a um centro universitário, são vários os acessos para estas chamadas calanques que percorrem uma grande área que se estende por mais de 20 quilômetros no litoral de Marseille.
Entramos pela área de estacionamento de uma universidade, a Euromed Marseille Ecole de Menagement, o que nos levou a percorrer este caminho mais longo. Quando chegamos próximo ao pico de Waterline ficamos encantados com tanta beleza, um lugar realmente dos sonhos não apenas para fazer Waterlines nesta a água cristalina de um azul turquesa que mais parecia uma pintura com o contraste de toda beleza em volta, mas também infinitas possibilidades de Highlines além das paredes de escaladas ao redor. Como o nosso objetivo era mesmo o Waterline descemos para o pico e passamos as coordenadas para o restante da equipe. Enquanto cada um de nós esticou uma linha o Alexis esticou um Highline não muito alto, mas que ficou perfeito para compor o cenário da diversão. O tempo permaneceu um pouco fechado o que fez com que frio aumentasse ainda mais, e eu que já estava molhado fiquei congelando, após a montagem e tive que me recompor por uns 10 minutos até conseguir andar fita. Infelizmente a galera que vinha ao nosso encontro se perderam no percurso e quando chegaram no pico já estava escurecendo, cogitamos deixar as fitas esticadas para voltar no dia seguinte, mas por questão de segurança tiramos tudo e voltamos pro camping.
Esse lugar é tão lindo que definir com palavras é quase impossível então fiz uma comparação onde podemos imaginar como um daqueles cenários de belos sonhos. E no dia seguinte quando acordamos não hesitamos em voltar novamente e repetir tudo de novo. E foi o que fizemos, mas desta vez pegamos o caminho mais curto que descobrimos na volta e o Alexis levou mais um amigo chamado Luiz para curtir o rolézão de Waterline com a gente nesse ultimo dia no paraíso.
Seguimos para Sugiton, após uns 40 minutos de caminhada chegamos no pico para registrar mais um dia incrível de Waterline e Highline. Esticamos todas as fitas novamente e mais uma, então ficou cada um com uma fita esticada curtindo o Slackline no paraíso e nesse dia o tempo estava melhor ainda o que fez com que mais pessoas visitassem o local, vários barcos de passeio se aproximaram ao pico e nós viramos a atração do local.
E assim com muitas boas lembranças e saudades nos despedimos do nosso grande amigo Alexis e seguimos viagem rumo a Corcone, tem mais Highline pela frente a trip segue firme em busca de mais uma aventura pela Europa.
Acesse agora a página no facebook para ver curtir e compartilhar as fotos deste paraíso: Fanpage Album Ep.10. Não deixe de assistir o vídeo com a prévia deste episódio no site do Canal Off: Ep.10 Calanques de Marseille - Waterline e Highline

terça-feira, 18 de março de 2014

A linha do Poço Verde e Highline em Cassis Ep9


Para chegar no Pico do Highliner passamos por uma estradinha nas Gorges do Verdon, por entre essas gargantas corre um Rio de aguás claras num cenário exuberante. Então depois deste dois dias de Highline no episódio anterior, quando estávamos indo em bora fizemos o mesmo percurso beirando o rio e vi de dentro do Motorhome que dava para abrir um Waterline. Resolvemos para um pouco adiante num recuo da estradinha e descemos para dá uma olhada nas possibilidades, não encontrando muitos recursos para usar como pontos de ancoragens resolvi da uma corridinha para checar um poço que havia visto quando passamos e fiquei surpreso logo de cara. Vi que alí seria o local ideal para fazer uma bela conquista. Chamei o Gabriel que prontamente preparou o sistema de polias enquanto fui preparar os pontos de ancoragens que eram todos Naturais, usando raiz e pedra entalada para equalizar e direcionar para a Linha onde daríamos este incrível rolé para fechar com chave de oura nossa visita a este lugar.


Depois da bela conquista da Linha do Poço Verde nas Gorges do Verdon pegamos a estrada em direção a Marseille com uma grande expectativa pela aventura seguinte. Apesar de estarmos saindo das montanhas para o litoral, o próximo Highline estava localizado numa falésia a uma altitude de mais de trezentos metros e por está próximo ao mar à sensação de altura com nível do mar é realmente impressionante. O participante neste episódio é um jovem que já acumula uma boa experiência no Highline e vai nos guiar para conhecer este incrível pico de Highline e juntos também vamos desbravar um lugar que é um paraíso para prática de Waterline nas Calanques de Sugiton.
Marseille foi apenas uma referência para chegarmos então a uma cidadezinha muito charmosa conhecida como Cassis onde conhecemos o Alexis Touchard que foi a nossa primeira grande surpresa, um rapaz bem jovem acompanhado de seu pai que fez questão de acompanha-lo até esse primeiro encontro com a gente na saída do Camping onde pernoitamos. Esse fato também nos chamou bastante atenção, pois percebemos o grande incentivo da família ao filho na prática desta atividade esportiva que causa arrepios nos país só de imaginar um filho caminhando numa estreita fita sobre um enorme penhasco.
Ainda no camping conhecemos um casal super simpáticos que vivem na estrada e moram em um caminhão baú adaptado para Motorhome e de forma bem peculiar, pedimos para conhecer o interior da “casa” deles e nos surpreendemos com tanta autenticidade e simplicidade do casal. Depois do Encontro com o Alexis seguimos para falésia que culmina num mirante bem acessível à beira da estrada com uma vista incrível do litoral e a cidadezinha ao fundo.
Esticamos o Highline juntos, onde pude perceber a simplicidade e humildade do nosso novo amigo que, mesmo estando acostumado a esticar essa linha lá do jeito dele não se incomodou nem um pouquinho em deixar que eu fizesse algumas modificações para que o Highline que tem uma grande inclinação ficasse o mais horizontal possível. Um grande exemplo como tantos outros que tivemos com todos os Atletas que participaram destas aventuras com a gente permitindo essa troca de experiência.
Na parte da manhã quando já estávamos pensando em desmontar a linha para ir almoçar chegaram três pessoas entre os turistas que estavam em volta e quando se aproximaram percebemos uma certa semelhança com alguém que já conhecíamos e quando chegaram próximos da gente percebemos que eram os amigos que recentemente tínhamos conhecido no Encontro de Highliners em Verdon, foi uma grande coincidência, eles estavam no horário de folga do almoço e aproveitaram para ir até mirante onde perceberam que estávamos com o Highline esticado e foram da mais um rolézinho com a gente. Nesta agradável visita estava o Clement acompanhado de sua esposa que também anda de Highline e o outro brother deles o Antônio que também estava em Verdon. Aproveitamos para ir almoçar e voltamos à tarde para fechar o dia com um pôr do Sol sensacional.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Gorges du Verdon – Encontro de Highliners Ep8

Ao longo de cada episódio gravado vivenciamos situações de superação que vão ficar de exemplo para todos nós, são experiências pra toda vida. Aprendizados que vamos pôr em prática e dá continuidade, momentos inesquecíveis e amizades pra sempre. É difícil encontrar palavras para descrever uma amizade verdadeira dessas, principalmente quando você vive esse sentimento puro de acolhimento, longe de tudo, da família e digamos da realidade da nossa rotina. Amizades através de uma afinidade que flui em poucas palavras e no nosso caso, devido a dificuldade dos idiomas, pouco conseguimos nos expressar, mas isso não nos impediu de manter uma boa comunicação com as pessoas que estavam com gente e participaram nos ajudando significativamente a realizar nossos objetivos, tecnicamente usamos a linguagem universal do Esporte e deu certo, e com todos os sentidos aguçados percebermos claramente, também, que além da proposta de viver essa história transformadora no Slackline, estávamos sendo bem recebidos como ser humano, acolhidos como irmão, família, velhos amigos, como se já nos conhecemos e apenas não nos víamos a muito tempo.

Como muita expectativa partimos de Mônaco direto para Gorges du Verdon onde a galera estava se reunindo para a realização de um Encontro de Highliner, este lugar é considerado o pico de Highline mais famoso na França por reunir anualmente em encontros e festivais os maiores atletas de Highliner da região e países próximos. A viagem foi longa e mais uma vez a equipe seguiu separadamente o que fez mais uma vez com que nos perdêssemos. Chegamos tarde, não encontramos o camping onde estava o outro motorhome e decidimos ir para o camping que tínhamos como primeira opção.

 No dia seguinte subimos para o pico do Highline que é um dos mais acessíveis também. Já sabíamos que algumas pessoas das quais participaram dos primeiros episódios desta trip estariam lá, entre eles o Mathieu Pertus, que nos proporcionou uma experiência incrível com o Hopeswing em Ardeche e o Guillaume Rolland que foi a pessoa mais incrível com o qual tivemos a primeira experiência com o estilo deles de andar de Slackliner e o primeiro contato que tivemos com os Highlines na europa através dele em Millau. Eu realmente estava com saudade de um amigo e confesso que no primeiro momento após cumprimentar o amigo Guillaume tive que me afastar por alguns instantes da galera, pois fiquei emocionado com o reencontro. Além disso, eram grandes as minhas expectativas para estar aqui neste lugar e viver esta grande experiência nos diversos Highlines que já estavam esticados quando chegamos.

Depois das apresentações meu parceiro Gabriel começou da o rolé dele nos Highlines menores juntamente com galera, tinha bastante gente e não lembro o nome de todos, mas nas fotos que tirei da pra identificar alguns graças ao facebook. A linha maior nos primeiros dias era uma de 65 metros, apesar de ser uma linha media para o nível da galera só uns poucos atletas estavam tentando atravessar esta linha, entre eles o atleta bem conhecido da galera na internet pelas suas roupas coloridas, antes que alguém o julguem pelo estilo gay que ele representa no Highline, o cara conhecido como Clément é um grande atleta gente finíssima casado com uma mulher linda que também anda Highline. Além do Clemont tentado a travessia grande estavam o Guillaume, mas somente que atravessou esta linha foi o Nathan Paulin que deu um rolé fantástico, a linha estava muito pesada e bem solta o que dificultava ainda mais a travessia, porém a galera deu altos rolés.

Experimentei o Highline começando pela menor linha de aproximadamente 20 metros. Percebi que as fitas realmente estavam bem soltas, mas era o que já esperávamos também. Num encontro de Highliner a galera tendo experiência é só aguardar a vez se encordar, checar a segurança e entrar fita para curtir o rolé, então quem está afim de andar tem que ficar na fila, ficar ligado na vez e respeitar a galera que também está treinando. Foi o que fiz, já que não tínhamos esticado nenhuma linha no Evento! Após o meu primeiro rolé percebi que não estava bem, quando você entra na linha de Highline para se equilibrar é preciso esvaziar sua mente de qualquer perturbação e pensamentos negativos para reativar com positividade e focar no desafio à sua frente que equilibrar-se. Infelizmente percebi o quanto estava mal neste momento, em cima daquela estreita fita sobre um vazio enorme de tremer as pernas, confesso, vinha na minha cabeça somente as palavras ruins que ainda zumbiam nos meus ouvidos, estresse da viagem e momentos pesados que se tornavam um degrau difícil para passar naquele momento. Um Highline incrivelmente lindo de 30 metros aproximadamente com fita gostosa de andar, mas que fugia dos meus pés pela ausência do foco. Um tanto desestabilizado, algo que já mais permitirei que se repita. Saí da fita deixando a livre para galera se divertir e fui desabafar com meu amigo da equipe Diogo. O compromisso com um bom resultado da Trip estava em jogo pela responsabilidade que tenho com este Programa, após trocar falar sobre várias coisas me sentir mais leve, mas apenas apreciei o resto do dia com galera dando um show de equilíbrio.

O primeiro dia se encerrou com uma fogueira no acampamento, a galera se reuniu em volta para fazer um som e curtir anoite, o Gabriel, o Paul e eu nos juntamos a eles. Como a comunicação não era tão boa, a música e os instrumentos tocados pelo Gabriel e o Paul se encarregam de quebrar o silencia da noite fria. Degustamos de um vinho acompanhado de uns petiscos, mas logo saí de sena, estava sentindo muito frio nos pés e lembrei que havia deixado meu tênis no chão atrás do motorhome lá em baixo no estacionamento do pico do Highline, quando subimos para o acampamento tive a impressão de termos subido uns dois minutos de carro, então desci a pé para resgatar o tênis, caminhei por uma hora e 20 minutos, não encontrei e voltei para dormir. No dia seguinte tive a boa notícia que não tinha perdido meu calçado, o Gabriel tinha guardado no porta-malas.

No segundo dia algumas pessoas já tinham ido embora e outras haviam chegado, entre eles o grande recordista mundial de Waterline, o atleta Mitch Kemeter com o qual tive um breve contato após ele realizar uma escalada. A galera mais uma vez deu um show nos Highlines e inciaram a montagem de uma grande linha de 120 metros aproximadamente, tive o prazer de acompanhar um pouco a montagem, mas logo tivemos que partir, pois ainda tínhamos muito chão pela frente. Na descida de Verdon, passando as margens do Rio que serpenteia a estrada vi a possibilidade de abrir um Waterline, paramos o motorhome num recuo a beira da estrada e descemos para chegar as possibilidade, lembrei de um poço que havia avistado de dentro do carro e corri para verificar, tínhamos pouco tempo, mas essa conquista era quase uma questão de honra, uma oportunidade única e que fecharia a missão neste lugar. Chegar no lugar me deparei com um poço incrível com uma água parecendo uma esmeralda, gritei pra galera dando a certeza eu iríamos ali realizar mais um grande feito e iniciamos a missão, a ancoragem foi em pontos naturais e a montagem foi mais fácil que encarar o frio da água gelada. Esta linha ficou batizada como a Linha do Poço Verde, certamente renovado depois deste rolé incrível pegamos a estrada e seguimos em direção a Marseille no Sul da França.

Segue o link do album com mais fotos: Gorges du Verdon - Fotos Facebook Ep8 e o trailer no Canal Off: Encontro de Highliners Episódio8

sexta-feira, 7 de março de 2014

Milão Itália - Conquista em Mônaco Ep7

Saímos das montanhas e partimos direto para o centro de uma das cidades mais charmosas e badaladas da Itália, Milano. Realmente linda também culturalmente. Eu não conhecia nada da Europa, até os lugares que pesquisamos para fazer Highline que achávamos que conhecíamos através das fotografias, nos surpreenderam muito com tanta beleza, são paisagens diferentes de tudo que já tínhamos visto e imaginávamos. E talvez por ter esse olhar diferente, exploramos os melhores cenários deste Esporte que se consagrou no “outro mundo”, tornando a Europa, a França principalmente, no Polo do Highline no Mundo e vamos mostrar o porquê nesse longo período que vivemos lá.
Mas tudo, apesar dos contratempos, oferece opções. Foi assim quando chegando em Milano, o primeiro dia foi com chuva, tempo muito ruim que virou um Day Off. Aproveitamos para andar um pouco pela cidade, não deu para conhecer muita coisa, mas mesmo com chuva e valeu muito. No dia seguinte andamos um pouco de Slackline com a Estátua de Napoleone III num parque que fica próximo ao Castello Sforzesco. À tarde encontramos com amigo que nos levou para mais passeio urbano passando pela Catedral e seguindo por uma incrível galeria onde do outro lado tem uma estátua muito famosa do Leonardo Davince, e com um ponto perfeito para andar de Slackline não hesitamos e esticamos uma fitinha para dá mais um rolé, foi bem legal para registrar a nossa passada por está cidade, mas logo vieram uns guardas e pediram para gente retirar a fita, a gente sem falar nada de Italiano fez com que o guarda fiscalizasse nossos passaportes e sem problemas seguimos o nosso passeio.
Para fechar a despedida o Sirio Zao convidou o Gabriel para conhecer uma academia onde eles praticam Trickline todas as noites, e para quem gosta dessa modalidade fomos conhecer um atleta que treina nesta academia que é bem conhecido na modalidade por suas ousadas manobras de Trick, o Lukas Huber, depois dessa sessão de Trickline seguimos viagem à noite mesmo em direção a um pico de Highline no Principado de Mônaco.
A viagem foi muito exaustiva, chegando no Centro de Mônaco de motohome já por volta das quatro horas da madrugada, sem conseguir um camping ou mesmo um local adequado para estacionar, seguindo por algumas ruas apertadas o segundo motohome da equipe se perdeu seguiu para uma outra cidade para pernoitar. Demos mais algumas voltas e encontramos um estacionamento em frente a uma linda praia no Centro desta cidade que é uma das mais charmosas do mundo onde amanhecemos. O descanso foi pouco, mas valeu por ter acordado neste paraíso, tomamos um café rapidamente e seguimos para fazer o reconhecimento do Pico do Highline, enquanto o restante da equipe chegava, procuramos uma linha conquistada pelo Jullien Millot, mas por causa da espessura dos pontos de ancoragens não pudemos esticar esta linha que por sinal é muito bela com desafio de 35 metros. 
Não conformado em deixar o pico sem fazer nada, resolvi explorar a área um pouco mais e consegui visualizar uma nova linda de Highline. Começou então uma corrida contra o tempo, tínhamos uma longa viagem para fazer saindo dalí e com o atraso da equipe sobrou pouco tempo para essa conquista, mas conseguir visualizar pontos de ancoragens de um dos lados e do outro umas chapas fixas do final de uma Via de Escalada. Além disso, as rochas têm muitos paraboults fixos que podem servir para melhorar a ancoragem, mas tem que ser chapa de 12mm. Até aí sem problema, conseguir usar outro lançando um bloco. Preparei tudo contatando com a ajuda do meu parceiro Gabriel Faria que não se mostrava muito disposto aparentemente e não muito encantado com a conquista.
Então tivemos um momento de muita tensão, não dizer exatamente porque, talvez devido ao longo período de convivência no mesmo espaço durante muitos dias na estrada. Mas tudo fica exemplo para todos nós! No meu ponto de vista, neste caso, faltou parceria e um mínimo esforço de início para conquistarmos um impressionante Highline no topo de uma montanha no Principado de Mônaco. Isso ou talvez pelo cansaço de uma noite mal dormida, não sei! Não puder ver no meu parceiro neste dia a mesma vontade de fazer uma bela história com essa conquista naquele lugar. Apesar do Gabriel já ter adquirido bastante experiência ao longo dessa trajetória, na ocasião por eu querer dividir tecnicamente a conquista desta Linha, dando a ele a oportunidade e a responsabilidade de está envolvido com a segurança, principalmente quando se trata de um Highline para que não aja erro. Neste caso, depois de tudo pronto para esticar a fita, em uma pequena manobra de alteração para diminuir o sistema de redução e alongar a fita, ele foi para o outro extremo do Highline e ao fazer essa alteração colocou a fita do lado errado no Line Lock ou apenas uma e a outra solta, também não soube explicar! O equipamento que só trava de um dos lados. Mesmo distante, ao perceber isso, resolvi deixar que ele corrigisse o erro, eu apenas cobrei um pouco mais de comprometimento com quem está do meu lado envolvido com a nossa segurança como um todo. Daí, para completar o tempo mudou repentinamente e o estresse se juntou ao vendaval no vão do abismo que iríamos transpor, o penhasco se tornou um grande corredor de vento muito forte, a fita se descolou do backup e como estava destravada... ficou flutuando no espaço, não adiantou mais nada, meu parceiro se irritou com tudo e quase abandonou a missão, mesmo depois que eu fui ao outro lado e prendi a fita novamente não adiantou tencionar mais a Linha, as condições adversas tornaram impossível continuar. Desmontamos tudo e com um clima ainda ruim discutimos sobre o ocorrido! Mas como disse antes, tudo fica de exemplo! Para conquistarmos o que parece impossível, é preciso que cada um faça o possível. E muitas das vezes, por mais que você possa fazer tudo, quando se trabalha em equipe é necessário deixar que a outra pessoa faça um pouco do trabalho também, para se superar ou mesmo aprender com o próprio erro. De qualquer forma constituímos uma boa equipe e assim todos festejamos no final dessa Trip com a mesma intensidade sobre todas as conquistas realizadas. E este Highline, apesar de não ter andando, devido às condições, constitui mais uma conquista realizada com aproximadamente uns 30 metros que batizo de Linha do Vendaval, um dia pretendo voltar para repetir esses dois belos Highlines nesta montanha que tem um visual magnífico da cidade lááá em baixo.

Assista o trailer deste super episódio: Ep7 Milão e Mônaco

Para ver as fotos, não esqueça, é acessar a Fanpage no Facebook: Milão Itália - Conquista em Mônaco