Ao longo
de cada episódio gravado vivenciamos situações de superação que
vão ficar de exemplo para todos nós, são experiências pra toda
vida. Aprendizados que vamos pôr em prática e dá continuidade,
momentos inesquecíveis e amizades pra sempre. É difícil encontrar
palavras para descrever uma amizade verdadeira dessas, principalmente
quando você vive esse sentimento puro de acolhimento, longe de tudo,
da família e digamos da realidade da nossa rotina. Amizades através
de uma afinidade que flui em poucas palavras e no nosso caso, devido
a dificuldade dos idiomas, pouco conseguimos nos expressar, mas isso
não nos impediu de manter uma boa comunicação com as pessoas que
estavam com gente e participaram nos ajudando significativamente a
realizar nossos objetivos, tecnicamente usamos a linguagem universal
do Esporte e deu certo, e com todos os sentidos aguçados percebermos
claramente, também, que além da proposta de viver essa história
transformadora no Slackline, estávamos sendo bem recebidos como ser
humano, acolhidos como irmão, família, velhos amigos, como se já
nos conhecemos e apenas não nos víamos a muito tempo.
Como muita
expectativa partimos de Mônaco direto para Gorges du Verdon onde a
galera estava se reunindo para a realização de um Encontro de
Highliner, este lugar é considerado o pico de Highline mais famoso
na França por reunir anualmente em encontros e festivais os maiores
atletas de Highliner da região e países próximos. A viagem foi
longa e mais uma vez a equipe seguiu separadamente o que fez mais uma
vez com que nos perdêssemos. Chegamos tarde, não encontramos o
camping onde estava o outro motorhome e decidimos ir para o camping
que tínhamos como primeira opção.
No dia
seguinte subimos para o pico do Highline que é um dos mais
acessíveis também. Já sabíamos que algumas pessoas das quais
participaram dos primeiros episódios desta trip estariam lá, entre
eles o Mathieu Pertus, que nos proporcionou uma experiência incrível
com o Hopeswing em Ardeche e o Guillaume Rolland que foi a pessoa
mais incrível com o qual tivemos a primeira experiência com o
estilo deles de andar de Slackliner e o primeiro contato que tivemos
com os Highlines na europa através dele em Millau. Eu realmente
estava com saudade de um amigo e confesso que no primeiro momento
após cumprimentar o amigo Guillaume tive que me afastar por alguns
instantes da galera, pois fiquei emocionado com o reencontro. Além
disso, eram grandes as minhas expectativas para estar aqui neste
lugar e viver esta grande experiência nos diversos Highlines que já
estavam esticados quando chegamos.
Depois das
apresentações meu parceiro Gabriel começou da o rolé dele nos
Highlines menores juntamente com galera, tinha bastante gente e não
lembro o nome de todos, mas nas fotos que tirei da pra identificar
alguns graças ao facebook. A linha maior nos primeiros dias era uma
de 65 metros, apesar de ser uma linha media para o nível da galera
só uns poucos atletas estavam tentando atravessar esta linha, entre
eles o atleta bem conhecido da galera na internet pelas suas roupas
coloridas, antes que alguém o julguem pelo estilo gay que ele
representa no Highline, o cara conhecido como Clément é um grande
atleta gente finíssima casado com uma mulher linda que também anda
Highline. Além do Clemont tentado a travessia grande estavam o
Guillaume, mas somente que atravessou esta linha foi o Nathan Paulin que deu um rolé fantástico, a linha estava muito pesada e bem solta
o que dificultava ainda mais a travessia, porém a galera deu altos
rolés.
Experimentei
o Highline começando pela menor linha de aproximadamente 20 metros.
Percebi que as fitas realmente estavam bem soltas, mas era o que já
esperávamos também. Num encontro de Highliner a galera tendo
experiência é só aguardar a vez se encordar, checar a segurança e
entrar fita para curtir o rolé, então quem está afim de andar tem
que ficar na fila, ficar ligado na vez e respeitar a galera que
também está treinando. Foi o que fiz, já que não tínhamos
esticado nenhuma linha no Evento! Após o meu primeiro rolé percebi
que não estava bem, quando você entra na linha de Highline para se
equilibrar é preciso esvaziar sua mente de qualquer perturbação e
pensamentos negativos para reativar com positividade e focar no
desafio à sua frente que equilibrar-se. Infelizmente percebi o
quanto estava mal neste momento, em cima daquela estreita fita sobre
um vazio enorme de tremer as pernas, confesso, vinha na minha cabeça
somente as palavras ruins que ainda zumbiam nos meus ouvidos,
estresse da viagem e momentos pesados que se tornavam um degrau
difícil para passar naquele momento. Um Highline incrivelmente lindo
de 30 metros aproximadamente com fita gostosa de andar, mas que fugia
dos meus pés pela ausência do foco. Um tanto desestabilizado, algo
que já mais permitirei que se repita. Saí da fita deixando a livre
para galera se divertir e fui desabafar com meu amigo da equipe
Diogo. O compromisso com um bom resultado da Trip estava em jogo pela
responsabilidade que tenho com este Programa, após trocar falar
sobre várias coisas me sentir mais leve, mas apenas apreciei o resto
do dia com galera dando um show de equilíbrio.
O primeiro
dia se encerrou com uma fogueira no acampamento, a galera se reuniu
em volta para fazer um som e curtir anoite, o Gabriel, o Paul e eu
nos juntamos a eles. Como a comunicação não era tão boa, a música
e os instrumentos tocados pelo Gabriel e o Paul se encarregam de
quebrar o silencia da noite fria. Degustamos de um vinho acompanhado
de uns petiscos, mas logo saí de sena, estava sentindo muito frio
nos pés e lembrei que havia deixado meu tênis no chão atrás do
motorhome lá em baixo no estacionamento do pico do Highline, quando
subimos para o acampamento tive a impressão de termos subido uns
dois minutos de carro, então desci a pé para resgatar o tênis,
caminhei por uma hora e 20 minutos, não encontrei e voltei para
dormir. No dia seguinte tive a boa notícia que não tinha perdido
meu calçado, o Gabriel tinha guardado no porta-malas.
No segundo
dia algumas pessoas já tinham ido embora e outras haviam chegado,
entre eles o grande recordista mundial de Waterline, o atleta Mitch
Kemeter com o qual tive um breve contato após ele realizar uma
escalada. A galera mais uma vez deu um show nos Highlines e inciaram
a montagem de uma grande linha de 120 metros aproximadamente, tive o
prazer de acompanhar um pouco a montagem, mas logo tivemos que
partir, pois ainda tínhamos muito chão pela frente. Na descida de
Verdon, passando as margens do Rio que serpenteia a estrada vi a
possibilidade de abrir um Waterline, paramos o motorhome num recuo a
beira da estrada e descemos para chegar as possibilidade, lembrei de
um poço que havia avistado de dentro do carro e corri para
verificar, tínhamos pouco tempo, mas essa conquista era quase uma
questão de honra, uma oportunidade única e que fecharia a missão
neste lugar. Chegar no lugar me deparei com um poço incrível com
uma água parecendo uma esmeralda, gritei pra galera dando a certeza
eu iríamos ali realizar mais um grande feito e iniciamos a missão,
a ancoragem foi em pontos naturais e a montagem foi mais fácil que
encarar o frio da água gelada. Esta linha ficou batizada como a
Linha do Poço Verde, certamente renovado depois deste rolé incrível
pegamos a estrada e seguimos em direção a Marseille no Sul da
França.
Segue o link do album com mais fotos: Gorges du Verdon - Fotos Facebook Ep8 e o trailer no Canal Off: Encontro de Highliners Episódio8 !
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