quarta-feira, 12 de março de 2014

Gorges du Verdon – Encontro de Highliners Ep8

Ao longo de cada episódio gravado vivenciamos situações de superação que vão ficar de exemplo para todos nós, são experiências pra toda vida. Aprendizados que vamos pôr em prática e dá continuidade, momentos inesquecíveis e amizades pra sempre. É difícil encontrar palavras para descrever uma amizade verdadeira dessas, principalmente quando você vive esse sentimento puro de acolhimento, longe de tudo, da família e digamos da realidade da nossa rotina. Amizades através de uma afinidade que flui em poucas palavras e no nosso caso, devido a dificuldade dos idiomas, pouco conseguimos nos expressar, mas isso não nos impediu de manter uma boa comunicação com as pessoas que estavam com gente e participaram nos ajudando significativamente a realizar nossos objetivos, tecnicamente usamos a linguagem universal do Esporte e deu certo, e com todos os sentidos aguçados percebermos claramente, também, que além da proposta de viver essa história transformadora no Slackline, estávamos sendo bem recebidos como ser humano, acolhidos como irmão, família, velhos amigos, como se já nos conhecemos e apenas não nos víamos a muito tempo.

Como muita expectativa partimos de Mônaco direto para Gorges du Verdon onde a galera estava se reunindo para a realização de um Encontro de Highliner, este lugar é considerado o pico de Highline mais famoso na França por reunir anualmente em encontros e festivais os maiores atletas de Highliner da região e países próximos. A viagem foi longa e mais uma vez a equipe seguiu separadamente o que fez mais uma vez com que nos perdêssemos. Chegamos tarde, não encontramos o camping onde estava o outro motorhome e decidimos ir para o camping que tínhamos como primeira opção.

 No dia seguinte subimos para o pico do Highline que é um dos mais acessíveis também. Já sabíamos que algumas pessoas das quais participaram dos primeiros episódios desta trip estariam lá, entre eles o Mathieu Pertus, que nos proporcionou uma experiência incrível com o Hopeswing em Ardeche e o Guillaume Rolland que foi a pessoa mais incrível com o qual tivemos a primeira experiência com o estilo deles de andar de Slackliner e o primeiro contato que tivemos com os Highlines na europa através dele em Millau. Eu realmente estava com saudade de um amigo e confesso que no primeiro momento após cumprimentar o amigo Guillaume tive que me afastar por alguns instantes da galera, pois fiquei emocionado com o reencontro. Além disso, eram grandes as minhas expectativas para estar aqui neste lugar e viver esta grande experiência nos diversos Highlines que já estavam esticados quando chegamos.

Depois das apresentações meu parceiro Gabriel começou da o rolé dele nos Highlines menores juntamente com galera, tinha bastante gente e não lembro o nome de todos, mas nas fotos que tirei da pra identificar alguns graças ao facebook. A linha maior nos primeiros dias era uma de 65 metros, apesar de ser uma linha media para o nível da galera só uns poucos atletas estavam tentando atravessar esta linha, entre eles o atleta bem conhecido da galera na internet pelas suas roupas coloridas, antes que alguém o julguem pelo estilo gay que ele representa no Highline, o cara conhecido como Clément é um grande atleta gente finíssima casado com uma mulher linda que também anda Highline. Além do Clemont tentado a travessia grande estavam o Guillaume, mas somente que atravessou esta linha foi o Nathan Paulin que deu um rolé fantástico, a linha estava muito pesada e bem solta o que dificultava ainda mais a travessia, porém a galera deu altos rolés.

Experimentei o Highline começando pela menor linha de aproximadamente 20 metros. Percebi que as fitas realmente estavam bem soltas, mas era o que já esperávamos também. Num encontro de Highliner a galera tendo experiência é só aguardar a vez se encordar, checar a segurança e entrar fita para curtir o rolé, então quem está afim de andar tem que ficar na fila, ficar ligado na vez e respeitar a galera que também está treinando. Foi o que fiz, já que não tínhamos esticado nenhuma linha no Evento! Após o meu primeiro rolé percebi que não estava bem, quando você entra na linha de Highline para se equilibrar é preciso esvaziar sua mente de qualquer perturbação e pensamentos negativos para reativar com positividade e focar no desafio à sua frente que equilibrar-se. Infelizmente percebi o quanto estava mal neste momento, em cima daquela estreita fita sobre um vazio enorme de tremer as pernas, confesso, vinha na minha cabeça somente as palavras ruins que ainda zumbiam nos meus ouvidos, estresse da viagem e momentos pesados que se tornavam um degrau difícil para passar naquele momento. Um Highline incrivelmente lindo de 30 metros aproximadamente com fita gostosa de andar, mas que fugia dos meus pés pela ausência do foco. Um tanto desestabilizado, algo que já mais permitirei que se repita. Saí da fita deixando a livre para galera se divertir e fui desabafar com meu amigo da equipe Diogo. O compromisso com um bom resultado da Trip estava em jogo pela responsabilidade que tenho com este Programa, após trocar falar sobre várias coisas me sentir mais leve, mas apenas apreciei o resto do dia com galera dando um show de equilíbrio.

O primeiro dia se encerrou com uma fogueira no acampamento, a galera se reuniu em volta para fazer um som e curtir anoite, o Gabriel, o Paul e eu nos juntamos a eles. Como a comunicação não era tão boa, a música e os instrumentos tocados pelo Gabriel e o Paul se encarregam de quebrar o silencia da noite fria. Degustamos de um vinho acompanhado de uns petiscos, mas logo saí de sena, estava sentindo muito frio nos pés e lembrei que havia deixado meu tênis no chão atrás do motorhome lá em baixo no estacionamento do pico do Highline, quando subimos para o acampamento tive a impressão de termos subido uns dois minutos de carro, então desci a pé para resgatar o tênis, caminhei por uma hora e 20 minutos, não encontrei e voltei para dormir. No dia seguinte tive a boa notícia que não tinha perdido meu calçado, o Gabriel tinha guardado no porta-malas.

No segundo dia algumas pessoas já tinham ido embora e outras haviam chegado, entre eles o grande recordista mundial de Waterline, o atleta Mitch Kemeter com o qual tive um breve contato após ele realizar uma escalada. A galera mais uma vez deu um show nos Highlines e inciaram a montagem de uma grande linha de 120 metros aproximadamente, tive o prazer de acompanhar um pouco a montagem, mas logo tivemos que partir, pois ainda tínhamos muito chão pela frente. Na descida de Verdon, passando as margens do Rio que serpenteia a estrada vi a possibilidade de abrir um Waterline, paramos o motorhome num recuo a beira da estrada e descemos para chegar as possibilidade, lembrei de um poço que havia avistado de dentro do carro e corri para verificar, tínhamos pouco tempo, mas essa conquista era quase uma questão de honra, uma oportunidade única e que fecharia a missão neste lugar. Chegar no lugar me deparei com um poço incrível com uma água parecendo uma esmeralda, gritei pra galera dando a certeza eu iríamos ali realizar mais um grande feito e iniciamos a missão, a ancoragem foi em pontos naturais e a montagem foi mais fácil que encarar o frio da água gelada. Esta linha ficou batizada como a Linha do Poço Verde, certamente renovado depois deste rolé incrível pegamos a estrada e seguimos em direção a Marseille no Sul da França.

Segue o link do album com mais fotos: Gorges du Verdon - Fotos Facebook Ep8 e o trailer no Canal Off: Encontro de Highliners Episódio8

Nenhum comentário:

Postar um comentário