Atravessamos os mais
incríveis penhascos na Europa para mostrar os cenários mais irados
dessa modalidade conhecida como Highline. Neste segundo capítulo da
série vamos ter esses lugares ilustrados por uma paisagem
surpreendente no Rio Tarn onde realizamos nossa primeira conquista
deixando nosso registro no País do equilibrista, um marco na nossa
viagem que a gente compartilha com vocês através do Canal Off. E a
emoção do meu parceiro Gabriel Faria que ao realizar uma manobra
pela primeira vez no Highline não conteve as lágrimas e também
falou dessa experiência maravilhosa de viver o sonho na Europa e
está com pessoas incríveis num lugar magnífico como este.
Assista agora o vídeo no Site e veja um pouquinho do quem tem no próximo Episódio:
Após nossa primeira
experiência nas montanhas francesas em Millau com o Highline da
Princesa, no dia seguinte saímos com a ideia encontrar um pico para
prática de Slackline. Ao seguir por uma rodovia nas margens do Rio
Tarn ficamos deslumbrados com a paisagem e procuramos um local pra
parar com o motorhome. Surpresos com uma paisagem tão incrível,
mais do que imaginávamos pelo que já tínhamos visto em
fotografias, comecei a ver a possibilidade de que a Linha magnífica
de Waterline seria perfeito naquele lugar, e se conseguíssemos esta
realização seria uma conquista histórica para nós e para o
Esporte.
Perguntamos ao nosso
amigo Guillaume Rolland que nos trouxe para conhecer este lugar se
alguém já havia esticado uma linha neste local e ele nos respondeu
com toda certeza que não, que seria a primeira vez. Isso nos motivou
mais ainda, seria como deixar na França um legado após a nossa trip
slackline, na verdade é esse o sentido da nossa Slack Trip, deixar por
onde passamos o legado das conquistas , seja com um point definido ou
com essa visão que compartilhamos, da escolha dos lugares para a
prática do Esporte, além da participação das pessoas que fica
historicamente gravada no nosso Programa e os feitos que realizamos
também entra para a História do Slackine.
Após a definição dos
pontos de ancoragens tivemos um grande obstáculo que era transpor o
rio sem se molhar nas águas geladas do Tarn, neste final de Outono
quando visitamos este local a temperatura já estava bem baixa, então
nosso grande desafio nesta conquista já era encarar o frio e molhado
não aguentaríamos muito tempo, podíamos até passar mal. Surgiu
então a ideia de alugar um kaiake, mas chegando no trailer onde
tinha um senhorzinho todo agasalhado vendo televisão, recebemos a
notícia que a temporada já havia encerrada e ele não podia mais
alugar os kaiakes, mas nos sugeriu um hotel ali bem pertinho onde
poderíamos encontrar um. Chegando lá nosso amigo guia da Trip Paul
Tridoux explicou em frânces sobre a nossa intensão no local e, as
coincidências não pararam, estávamos falando direto com o dono do
Hotel que estava lá, o que é difícil acontecer segundo a
recepcionista. Depois de alguns minutos de bate-papo chegou mais
senhor que por incrível que pareça é o prefeito da cidade, o
Guillaume nos disse que estava com a intensão de realizar outros
projetos na área, mas precisava de autorização, aproveitou a
ocasião e falando pessoalmente com as pessoas certas no lugar certo
ou inesperado assim conseguiu. Fomos super bem recebidos por estas
pessoas e depois dessa conversa o Paul nos deu a boa notícia também
de que estava tudo certo, conseguimos o Kaiake e assim partimos para
missão.
O dia estava incrível
e o reflexo da água revelava um cenário surpreendente, era até
tentador dar um mergulho na água límpida deste lugar com esta
paisagem magnífica, mas por
está muito frio isso não foi possível. E para evitar que caíssemos
na água resolvemos colocar a fita um pouco mais alta e usar a
segurança de Highline. Assim ao invés de Waterline a Linha se
tornou um Midiline, quando a altura é suficiente para proteger-se da
queda, não é muito alto e nem muito baixo, mas permite a segurança
mínima. Vocês ainda não viram, então neste episódio a partir
desta incrível experiência vocês vão acompanhar o estilo dos
“Gringos” na fita, a maneira como eles andam é normal, mas com o
estilo próprio que o Esporte dá a cada um de nós. Estou falando do
estilo como eles praticam o Slackine, no sentido da origem da
palavra, Linha Bamba! É incrível como eles exploram o equilíbrio
do corpo. Nós já temos nosso estilo próprio também que é com a
fita um pouco mais retesada, principalmente para as linhas de longas
distâncias. Eu apesar de já ter observado esse estilo deles pelo
que acompanhava e via na internet, eu também estava acostumado a
andar com a fita bem retesada, então essa primeira experiência foi
bem exaustiva pra nós. Demos um rolé legal, mas apanhamos bastante!
Já o Guillaume mostrou com estilo próprio como é possível, basta
achar o equilíbrio sorrir e andar..., afinal o Slackline é pura
diversão. Depois deste rolé irado trocamos uma ideia e eu sugeri
que o nosso amigo pensasse num nome para batizarmos esta linha, e ele
prontamente pensou justo na experiência de está ali dividindo este
momento com nós brasileiros e ao intender perfeitamente, consagramos
está grande conquista na França, batizamos com o nome em nossa
homenagem, Linha Franco Brasileira.
Além dos desafios
neste esporte está a
experiência, buscamos os lugares mais desafiadores e nos preparamos
isso, para realizarmos um sonho é preciso dá o primeiro passo e se
manter em equilíbrio até afim. Nesta segunda parte vocês vão
conhecer a doce e selvagem linha de Highline ou Wild Honey, como
queira. De fato para mim foi que eu sentir com a experiência de esse
Highline, caminhei por uma surpreendente crista que me levava para um
paredão enorme onde puder ver e sentir um ambiente realmente
selvagem, alto, muito alto. Quando olhava
para baixo via algumas miniaturas de pinheiros e me lembrava que
quando passei lá em baixo na trilha a maioria deste pinheiro tem
aproximadamente uns trinta metros, é de arrepiar só de imaginar.
Lancei a bola para o
outro lado do penhasco onde estava o Gabriel e o Guillaume, junto com
o Paul e toda equipe que cuidavam de fazer o registro desta missão e
da ancoragem do Highline. Fui descendo no paredão até sentir meus
pés no vazio, equalizei os pontos de ancoragens devidamente como tem
que ser, puxei a fitas e predi, tudo certo! Do outro lado a galera
esticou o Highline e a brincadeira ficou séria, foi nesse lugar e
nesse momento que minha fixa caiu, foi o impacto de que realmente a
Trip tinha começado pra gente e nós estávamos na Europa fazendo
Highline, vivendo uma viagem dos sonhos.
O
local onde vivenciamos essa experiência é incrível! É conhecido
como Gorges de La jonte, e
fica nas proximidades do Rio Tarn onde também tem várias outras
formações rochosas conhecida como Gorges du Tarn. A linha tem um
nome que realmente representa a sensação de está no local, a Wild Honey, ela tem apenas
20 metros, mas com uma altura impressionante, o que torna o Highline
um verdadeiro desafio. Neste episódio revelamos como escolhemos
alguns destes picos de Highline, além de estarmos acompanhado de
pessoas que conhecem bem o local, claro! O Guillaume Rolland
inclusive é um dos conquistadores desta linha juntamente com outra pessoa incrível que é o Christian Kr, vamos falar sobre ele mais para
frente. Tem um blog chamado
highline database.com lá os
picos de Highlines que foram definidos pelos conquistadores estão
registrados com a localização no googlemaps e
com as informações básicas de acesso e o que é
necessário para realizar a montagem. Isso é de uma utilidade
enorme, e assim pretendemos em breve registrar todos os nossos Points
de Highline aqui no Brasil também, assim quando alguém, de qualquer
lugar do mundo, tiver interesse em conhecer estes lugares, poderá
ter uma noção básica do que será necessário usar para repetir as
Linhas. Existe outro site no google onde também registramos os
Points de Slackline no Brasil, mas também está desatualizado.
Link para: highline database
O Guillaume se tornou
um grande amigo, esse cara é um exemplo de pessoa, tem sua profissão
e é um atleta nato do Slackline que pratica o Esporte por estilo de
vida. Foi a primeira pessoa que, pra mim, encontrou as palavras
certas para definir os desafios de se fazer um Highline como um todo,
a sensação de dever cumprido, a missão que se completa não apenas
pelo atravessar a fita, e sim com o andar na fita após todo trabalho
que envolve e que faz parte do desafio! É isso que faz dele um
exemplo. A conquista da linha Franco Brasileira e o desafio de andar
na fita muito, o frio intenso, essa experiência toda foi muito
importante para nós, foi o nosso primeiro passo na evolução com o
Slackline na Europa e sem dúvida o mais importante, podemos dizer
que foi por onde realmente começamos nessa Aventura. Um momento que
sempre vamos lembrar com muita saudade.
Grade abraço e
obrigado por tudo mais uma vez.
Acesse para ver mais fotos: Atleta Gideão Melo Facebook
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