
Através do Slackline conheci o Paulo Augusto (Paulinho de Ibicoara), um montanhista experiente que se identificou com o Highline que é a modalidade mais radical do Esporte, ele começou a desenvolver a prática na sua região e logo surgiu a ideia de me convidar para realizamos alguns projetos pra ajudar a galera local que curte também o Slackline, mas não te em acesso a essa modalidade que é também a mais encantadora e integra eles ao ambiente de montanha propiciando junto mais uma forma de trabalho como Guias.
Recém retornado de uma das trips mais importantes da minha vida com o Slackline gravando para o Canal OFF no pico mais histórico do Esporte em Yosemite onde tudo teve início, daí logo começamos a planejar e agilizar os nossos projetos, quando finalmente consegui as passagens áreas pra Bahia definimos a data para o dia 12 de Março de 2015. Com uma parceria de apoio com a SOLO consegui as passagens aéreas até Lençóis e de quebra umas roupas da coleção 2015 pra segurar a onda nas missões, e como todo atleta de montanha precisa estar bem equipado, mais uma vez contei com as minhas velhas mochilas e apoio da DEUTER Brasil, esse suporte foi essencial para garantir os meus dias em Lençóis e na montanha, saco de dormir bom com o mínimo volume possível, pois não cabia mais nada nas mochilas que já estavam no excesso de peso com todo equipamento de Highline e conquista, detalhes para o mini fogareiro Jupiter da Náutica que coube certinho na bagagem.
Tudo certo então partir pra Lençóis, saindo do Rio as 9 da manhã e as 15h da tarde já estava desembarcando em Lençóis onde encontrei logo toda a equipe que estava vindo de Ibicoara, fui recepcionado pelos amigos que só então falávamos pela internet, conheci o Henrique Bastos, parceirão também que ia fazer os registros dá missão, irmão de um amigo havia conhecido Encontro de Escaladores do Nordeste que foi sediado em Igatu em 2014.
Para aproveitar o dia e a nossa visita em Lençóis, depois de passar no Abrigo do Formigueiro e ter a triste notícia que o nosso amigo Formiga que tinha viajado não iria chegar a tempo do início da nossa primeira missão aí fomos da um alô pra galera na cidadezinha. Encontramos com o Henrique Gironha e combinamos de fazer um macarrão pra galera. Relax antes do dia decisivo do projeto, organizamos tudo deixando alguns detalhes da nossa alimentação na montanha para o dia seguinte.
Na manhã do dia seguinte não foi surpresa a forte neblina, até imaginávamos dar um rolé nas nuvens, mas a umidade estava alta ainda mais com o vento forte soprando uma fumaça branca que parecia quase uma chuva, porém de baixo para cima. Depois de acordar e dar uma verificada na fita retornamos para o Ranchinho Triplex onde passamos a noite. Tomamos um café reforçado preparado pela equipe que esperavam ansiosos por experimentar também a sensação de pisar num Highline grandioso e imponente como este.
As condições não foram as melhores até por volta de quase meio dia. Ficamos todos aguardando uma trégua do vento forte, a paisagem abriu entre algumas nuvens, mas o vento continuou. Decidi mesmo assim tentar, a fita chacoalhava muito oferecendo poucas chances de equilíbrio, fiquei sobre a fita durante quase uma hora tomando chuva no rosto até que em um pequeno instante consegui levantar me equilibrando no vento forte soprado do abismo, de vez em quando percebia a fumaça branca se formar da queda d'água com bastante gotas que chegavam a molhar o meu rosto. Haviam muitas pessoas de prontidão aguardando ansiosos e curiosos por aquele momento, eu senti o equilíbrio e me concentrei na travessia, todos fizeram silêncio e por uns três minutos ou mais, que para mim pareceram bem mais, fui caminhando sobre a estreita fita que em um dos trechos se estendia sobre o vão de 410 metros de altura. Ao me aproximar do outro lado percebi apenas algumas pessoas se movimentando para tirar fotos, dava pra ouvir o barulho dos clicks, as demais não pareciam acreditar no que acabara de ver. No meu último passo toquei a parede e fui aplaudido por todos que ali estavam, levei as mãos ao peito para sentir os batimentos acelerados pois a emoção era sem igual, naquele momento principalmente. Gritei alto para liberar a adrenalina, agradeci a todos e me preparei para repetir a travessia de volta, nas mesma condições de vento ou pior, ergui-me e caminhei novamente luntando para resistir ao vento, mas no meio da travessia de volta cair sobre a fita. Respirei e continuei o final da travessia sendo mais uma vez homenageado por todos ali com mais palmas e abraços pelos amigos.
Passei a vez pra galera que foram revezando entre a equipe até todos tentarem ficar pelo menos em pé em cima da fita, pois as condições não eram favoráveis e também era uma grande experiência para todos aquela primeira tentativa, principalmente com vento forte e altura impressionante.
Aos outros parceiros que acreditaram na ideia e me ajudaram na realização deste projeto, a minha gratidão em especial por me apoiar ajundando a chegar até Lençóis, ir até as montanhas e voltar com segurança, fizemos histórias vivenciamos incríveis experiências através do Slackline e aqui mais uma vez estou compartilhando com todos esse resultado.
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Obrigado e até breve com mais detalhes das outras conquistas. Assista ao vídeo.